sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Será a voz do povo, a voz de Deus? (ou, só levando no forevis!)

Ontem, saiu o resultado do filme que vai representar a nossa Republiqueta no tão cobiçado "Oscar" de filme de língua estrangeira. Para o espanto geral, o filme escolhido foi "Lula, O Filho do Brasil", de Fábio Barreto.

A amostra brutal de puxassaquismo película conta a trajetória do nosso dileto presidente, Luís Inácio "Lula" da Silva, desde a infância pobre no Nordeste do País, com sua mãe, D. Lindu (apelido de Eurídice Ferreira de Mello, no puxassaquismo filme, interpretada por Glória Pires, impecável) até os dias como líder dos metalúrgicos (incluindo a perda do dedinho).

O Ministério da (In)Cultura fez uma enquete para saber qual era o filme predileto do povo que o presidente diz ter vindo. Quebrou a cara. A babação de ovo cinebiografia, amargou um belo 6º. lugar, com 1% (isso, pípol, UM POR CENTO) dos votos, bem atrás dos favoritos "Nosso Lar" (maravilha de filme), primeiro lugar e "Chico Xavier" (que eu pretendo ver), segundo. Gente, nem o terceiro lugar, foi cogitado.

Pois é, depois do anúncio, vieram as reações dos internautas que participaram da enquete promovida pelo MinC, eis alguns depoimentos:

"Escrevo por estar inconformado que o filme escolhido para representar o Brasil tenha sido 'Lula, o filho do Brasil", contrariando a maioria das pessoas que escolheram 'Nosso lar'". "Se sucesso de bilheteria e escolha popular não servem como critério para mostrar o que representa a vontade da população, gostaria de saber qual critério então foi utilizado e o que pode ser feito para que esse resultado seja revertido..." (Paulo Bonfim)

"Pessoal, fala a verdade, vocês do MinC abriram a enquete para ver se o povo endossa a escolha do filme do Lula e não deu certo. Considerar um filme populista para concorrer ao Oscar é forçar a barra. Para quê abrir enquete se ela é irrelevante?" (Danilo, que chamou a bajulação película de "filme populista")

"A enquete promovida de nada serviu. Vocês foram totalmente contra o resultado, na minha opinião isso tem mais ligação política do que cultural. Lamentável!!!" (Diego S.)


"O Lula do filme é risível, de uma hora para outra muda a voz e começa a arranhar a garganta. A ótima Gloria Pires faz uma personagem caricatural e a trilha melodramática dói" (Francisco Maia Magalhães).

"Não teve nenhuma relação com as eleições? Então, tá..." (Guilherme Assunção Outeiro)
O mais engraçado disto tudo é que o presidente da Academia Brasileira de Cinema - nem sabia que tinha isso aqui - um senhor de nome Roberto Farias -, disse que a adulação sem vergonha cinebiografia do presidente é que tem mais chances de vir a ser selecionado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos yankees - Aham, tá Roberto, senta lá.
E, para piorar a situação, o pessoal do MInC(o) jura de pé junto que a escolha não foi política e nada tem a ver com as eleições. Claro que não, foi uma forma astuta de fazer este show de puxassaquismo sem vergonha filme retornar às telas em plena época de pleito.
Bem, como vocês sabem, Ms. Nanezinha faz questão de se cercar de pessoas da mais alta sabedoria, tudo bem, tudo bem, às vezes dá uma cãimbra e eu acabo unindo forças a umas cracas que, pra me livrar só a base de exorcismo. 
Recebi por e-mail, o manifesto de Lord Papito D'Ourofino em que ele manifesta a repulsa pela escolha da babação de ovo película, mostrando que a máscara da tal "democracia brasileira" está, a cada dia que passa, caindo mais e mais. É, meus queridos, estamos em uma democracia, onde um molusco invertebrado é o ditador.
E, com vocês, Lord Papito D'Ourofino, ou Paulo Roberto Orofino da Silva:

"A “ditadura democrática”

            E finalmente temos a verdadeira cara da atual tendência política brasileira. Não vou dizer que o atual governo não tem seus pontos positivos. Tudo e todos têm seus pontos positivos e negativos. Porém, algumas vezes, carece que se dê ênfase ao “lado ruim” na esperança (por vezes vã) de que as pessoas tomem ciência e corrijam seus erros.

            Depois de todos os ataques à imprensa, a mesma que esteve nas mesmas fileira que todos os “contra-golpistas” durante a ditadura, e depois de anunciar que um determinado partido deveria ser “extirpado” do Brasil (os militares das décadas de 60 e 70 teriam ficado orgulhos de verem que alguém aprendeu suas lições) temos agora um fato novo. A indicação da “cine biografia” do presidente (em minúsculo mesmo) para concorrer a uma possível indicação ao Oscar 2011.

            “Não é uma decisão política“, anunciaram. Bom, vejamos: 70% do público votou, numa enquete na Internet, no filme “Nosso Lar” deixando-o em primeiro lugar; 12% no filme “Chico Xavier” que ficou em segundo lugar; e a “incrível quantidade” de 2% para o filme “Lula, o filho do Brasil” que ficou em sexto lugar. A diferença entre o primeiro e o sexto lugar não foi expressiva. Só 88.894 votos contra 2.035, uma “módica diferença” de 86.859 votos.

            Realmente não foi uma decisão política? Devo lembrar que os ministros são escolhidos (pelo menos em teoria) pelo presidente (sempre minúsculo)? Mesmo que não tenha sido “uma decisão do Ministério”, aqueles que fizeram a escolha foram para lá a pedido do Ministério. Assumir publicamente a perseguição a um partido político e à imprensa que divulga fatos prejudiciais ao governo, decisões ufanistas por parte da máquina pública... Será que eu estou realmente em 2010 ou eu voltei no tempo para a década de 1970 e não percebi ainda?

            Para aqueles que estão prontos a “atirar a primeira pedra” afirmo o seguinte: EU VOTEI NO LULA NAS DUAS ELEIÇÕES. Pronto, falei. Só que isso não me faz querer votar em um candidato apoiado por ele e nem me faz ficar do seu lado independente de qualquer coisa. Ao contrário do que muitos pensam (e fazem), eu não fico do lado de quem considero estar errado. Mesmo que seja “sangue do meu sangue”.

            O atual panorama político-social brasileiro me faz temer que estejamos entrando numa ditadura constitucional, oficializada e apoiada por segmentos iludidos da população, assim como aconteceu em 1964. Todo aquele que não apóia as decisões governamentais está contra o governo. Parafraseando um comentário inserido no site do Ministério da Cultura (por Gabriel Polycarpo) O Tiririca achou que não ficaria pior … Ficou!

Paulo Roberto Orofino da Silva"

É gente, estamos vendo o que é votar nas coxas, estamos em uma ditadura democrática que, se não fizermos nada, tem grandes chances de continuar e vamos todos continuar levando nos nossos respectivos forevis.

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